Quando recebemos a notícia de uma segunda gestação, parece que nosso amor se multiplica. Mas você já pensou como o seu filho mais velho está se sentindo em relação a chegada do irmão caçula?

A minha filha mais nova, ainda com pouquíssimos meses, virava o corpinho todo sempre que ouvia a voz da mais velha por perto. Assim que pronunciou as primeira palavras, disse Teté para chamar a irmã mais velha. Os menores idolatram os irmãos mais velhos.

Como pais, nos orgulhamos dessa relação que começa a nascer e nos mobilizamos para que ela se fortaleça ao longo da vida.

Mas esse processo traz muitos desafios. É frequente que o primogênito regrida em alguns comportamentos assim que saiba da chegada de um novo bebê na casa, voltando a fazer xixi na cama, por exemplo. É comum que o mais velho demonstre ciúmes, se torne uma criança mais exigente.

Não é difícil entender porque isso acontece. Até então, ele era o único filho na casa e recebia atenção incondicional dos pais. Agora começa a vivenciar uma experiência diferente. Os pais estão voltados para outra criança. Ele precisa dividir o tempo do pai e da mãe com um bebê que demanda muito.

Esse comportamento, absolutamente normal e esperado dos adultos, pode gerar insegurança no filho mais velho.

Nesses momentos, os pais podemos reservar um tempo exclusivo com esta criança. Um passeio, uma brincadeira, um colo demorado e amoroso. Podem resgatar algumas fotos de quando ele era bebê e lembrá-lo de que já foi bem pequeno, que mamava e que chorava quando estava com fome, calor ou sono porque ainda não sabia falar…

Vale contar alguma situação inusitada que traga risos… Depois os pais podem trazer para o tempo presente, lembrando que ele já cresceu e que aprendeu muita coisa e que um dia poderá ensinar o seu irmãozinho.

Se a criança demonstrar interesse, ela pode ser convidada a ajudar nos cuidados com o bebê. Ela pode pegar uma fralda, escolher uma roupinha, ajudar a preparar o banho.

Às vezes, o amor é tanto tanto que quase sufoca o pequeno. Nessa hora, os pais precisam pontuar, amorosamente, dizendo:

– Agora o caçula precisa descansar. Depois seu irmão virá pro seu colo do mais velho.

– Vejo que o amor que você sente por ele é muito grande. Ele adora seus beijos, mas vamos guardar um pouco desse carinho para amanhã ou para mais tarde?

– Que tal dividir esses beijinhos com a mamãe?

Quando estamos um pouco irritados, acabamos fazendo comparações. Procure nunca fazer isso com crianças, pode gerar irritação em relação ao outro.

Frases como:

– Seu irmão que é pequenininho não faz essa birra que você está fazendo!

– Seu irmão fala com todo mundo e você é tão quieta.

Nunca ajudam.

Cada um é um ser único e especial. Não adianta querer que um seja igual ao outro, eles não serão. Se for preciso chamar a atenção da criança mais velha, por algum motivo, é importante conversar sem julgamento o sem comparações.

A relação entre irmãos é muito rica, traz grandes aprendizados. É com os irmãos que se estabelecem as primeiras brigas, frustrações e desentendimentos, mas é também nesse espaço onde há o reconhecimento do outro, onde se criam laços que se perpetuam ao longo de uma vida inteira.

Deixe um comentário

Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.